Mesmo tendo que lidar com a forte estiagem que atingiu o Estado na maior parte do ano, os produtores cearenses de frutas conseguiram fechar 2013 com um resultado bastante positivo, pelo menos no que diz respeito às exportações. Isso porque, segundo a Agência de Desenvolvimento do Estado do Ceará (Adece), o comércio exterior rendeu US$ 117 milhões para o setor no ano passado, um crescimento de 8,1% ante o desempenho obtido em 2012, de 108,2 milhões. Trata-se da maior alta entre os cinco estados brasileiros que mais exportam o produto.
De acordo com o presidente da Câmara Setorial da Fruticultura e do Instituto Frutal, Euvaldo Bringel, o bom desempenho do setor em 2013 teve o melão como grande protagonista, tendo em vista que a fruta respondeu por quase 80% das exportações cearenses. "É um item que vem ganhando cada vez mais destaque no nosso estado, tanto que no ano passado rendeu 12,9% a mais do que em 2012", comenta. Em valores reais, US$ 88,7 milhões foram captados com a venda do melão para outros países, informa a Adece.
Outros destaques
Apesar do melão ter sido o produto mais impactante nas exportações cearenses de frutas em 2013, a banana acabou sendo o item que mais avançou na comparação com 2012, já que, segundo os dados da Adece, rendeu US$ 11,4 milhões para os produtores locais, um crescimento de 16,2% ante o ano anterior. A melancia e a manga também foram importantes, tendo em vista que responderam por US$ 7,6 milhões e US$ 4,5 milhões, respectivamente.
Conforme Bringel, com o resultado de seus principais produtos, a fruticultura acabou sendo o grande destaque da pauta de exportação do agronegócio do Ceará. A castanha de caju também obteve bom resultado no ano passado, gerando um total de US$ 109,8 milhões. "A água de coco é outro produto que vem ganhando espaço", pontua.
Participação no Brasil
Mesmo tendo registrado a maior alta entre os estados brasileiros mais representativos para as exportações de frutas, o Ceará é apenas o terceiro na participação nacional, ficando atrás de outros dois estados nordestinos. Conforme a Adece, em 2013, Pernambuco, que ficou na segunda posição, captou US$ 122 milhões, uma queda de 5,6% ante os US$ 129,3 milhões de 2012. A Bahia, por sua vez, avançou 5,7% e respondeu por US$ 138,7 milhões, sendo assim a região mais importante para o desempenho nacional.
O Brasil, aliás, fechou o ano passado com US$ 675,9 milhões oriundos do comércio de frutas com o mercado externo. Em 2012, esse valor foi de US$ 636,3 milhões, patamar 6,2% inferior ao alcançado no ano seguinte. "É importante notarmos que o Ceará conseguiu um avanço acima da média nacional", desta Euvaldo Bringel.
Produção
O crescimento das exportações em 2013 acabou sendo uma consequência da produção cearense de frutas no ano passado, que também apresentou elevação. Apesar da Adece não revelar os dados concretos, o presidente da Câmara Setorial da Fruticultura estima que o Estado produziu mais de 1,5 milhão de toneladas (ton) do produto, um aumento de 11,1% ante o resultado obtido pelo Ceará em 2012, de 1,35 milhão de ton.
Para Euvaldo Bringel, o resultado poderia ter sido ainda mais favorável, caso a estiagem não tivesse sido uma verdadeira pedra no sapato dos produtores. "O crescimento poderia ter sido mais expressivo, mas a seca contribuiu para sustar novos investimentos em áreas para a irrigação, o que inibiu o maior avanço do Ceará", diz. Segundo ele, caso o clima ajude e a água não falte, a expectativa é que o Estado avance de 7% a 10% nas exportações de 2014.
Fonte: Diário do Nordeste
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