Nos primeiros quatro meses de 2012, as empresas exportadoras recuperaram parte da rentabilidade perdida no ano passado. As exportações ficaram 5,2% mais rentáveis de janeiro a abril, em relação ao mesmo período de 2011, e a valorização cambial foi a principal responsável pelo ganho, segundo dados da Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior (Funcex). Dos 24 setores pesquisados, apenas dois tiveram queda de rentabilidade no primeiro quadrimestre, situação muito melhor que a do início do ano passado, quando 80% dos segmentos estavam na lista dos perdedores.
A desvalorização do real frente a uma cesta de moedas permitiu um ganho de 8,6% ao exportador. Além do câmbio, um aumento médio de 0,9% nos preços de exportação completou o ganho de rentabilidade, que foi corroído, entretanto, por aumento de 3% nos custos de produção, entre eles salários e insumos.
O ganho médio de 5,2% na rentabilidade embute diferença muito expressiva entre os setores. Diferentes segmentos industriais encerraram o primeiro quadrimestre com ganhos bem superiores aos da média, como o setor têxtil (13,8%) e de confecções (16,4%), máquinas e equipamentos (16,6%) e mesmo o de veículos automotores, com aumento de 11,4%. Em comum, esses setores aumentaram mais seus preços de exportação (entre 6% e 9%), reforçando ainda mais a rentabilidade.
Outro elemento que ajudou alguns setores foi uma menor evolução de custos. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que, no primeiro quadrimestre, a folha total de salários de alguns segmentos diminuiu em termos reais. No setor têxtil, caiu 1,6% e no de confecções, 2% (sempre em relação ao mesmo período de 2011). Em vestuário, o ganho resultou da desoneração da folha feita pelo governo no início do ano e da diminuição de 6% no número de funcionários.
A economia com salários nesses dois setores pode ter influenciado a redução de custos. O aumento foi de 1% para a indústria têxtil e, no caso de confecções, houve queda de 0,6%, abaixo da elevação média de 3%, segundo os dados da Funcex. Economistas ouvidos pelo Valor não esperam novos saltos na rentabilidade ao longo do ano.
Fonte: Valor Econômico
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