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Greve dos funcionários da Anvisa está afetando os portos do país

A greve dos funcionários da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e a operação-padrão da Receita Federal já afetaram o movimento nos principais portos do país. No porto do Rio, o trânsito de navios de carga caiu 50%. Em Vitória, no Espírito Santo, 11 embarcações, o dobro do número normal, esperavam ontem para atracar. Em Santos, 83 navios estavam na fila para entrar no porto, situação considerada normal para períodos de forte embarque de safra, como o atual. O ritmo de concessões de autorizações, contudo, caiu de uma média diária de 25 para 10, indicando problemas para os próximos dias.

Os funcionários da Anvisa entraram em greve na segunda-feira da semana passada pedindo reposição de perdas salariais de 25%. A agência é responsável pela emissão de um documento conhecido por livre-prática, sem o qual nenhuma embarcação pode entrar no porto para embarque ou desembarque de mercadorias. Além da greve da Anvisa, a operação-padrão de funcionários da Receita Federal também atrapalha o comércio exterior do país, mas esse movimento é menos prejudicial que a greve da Anvisa, segundo operadores portuários.

Danilo Luna, diretor de engenharia e gestão portuária da Companhia Docas do Rio de Janeiro (CDRJ), informou que ontem havia oito navios fundeados fora da Baía de Guanabara esperando solução para a greve da Anvisa, a maioria deles para o transporte de contêineres que carregam produtos de alto valor agregado.

A Federação Nacional das Agências de Navegação (Fenamar) acredita que a situação tende a piorar. No início das paralisações, o percentual de adesão era de 35%. Ontem, estava em 60% e a expectativa é atingir 70% até o fim da semana, segundo os representantes sindicais dos funcionários da Anvisa.

A operação-padrão dos servidores da Receita provocou um acúmulo de dez mil automóveis importados no porto de Rio Grande, no Sul, pela demora no desembaraço aduaneiro dos produtos. O volume é quase o dobro do número de veículos que usualmente ficam acumulados no local.

Fonte: Valor Econômico

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