A última semana foi importante para a indústria de pescados do Ceará. Representantes do setor participaram da Seafood Expo Global, a maior feira internacional do segmento. Realizada em Bruxelas, na Bélgica, o evento reuniu mais de 25.000 compradores de produtos relacionados à pesca e aquicultura, como congelados, embalados e produtos do mar em geral, além de equipamentos e serviços. O Ceará enviou a maior delegação brasileira ao evento. Através do Sindicato das Indústrias de Frio e Pesca do Ceará (Sindifrios), que participou do evento a convite da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil).
Um grupo de sete empresas ALERTA
Pelo volume de contatos na feira, os representantes do setor estão otimistas quanto à aceitação do produto cearense no exterior - conhecido mundialmente por sua excelência -, mas ao mesmo tempo alegam apreensão com o impasse que existe pela concorrência desleal dos estados vizinhos, no mercado de lagosta. De acordo com o Sindifrios, empresas do Rio Grande do Norte, Pernambuco e Bahia, compram lagosta no Ceará - utilizando crédito fiscal -, para levar o produto a seus estados de origem, beneficiando-o e destinando à exportação.
O problema da operação, de acordo com os produtores cearenses, é uma vantagem obtida na saída do produto do estado. No Ceará, o ICMS diferido da lagosta é de 1,7%, instituído pelo decreto 24.569/97, que beneficia empresas que enviam o produto para processar em estados vizinhos. “As empresas de outros estados pagam 1,7% de ICMS, se creditam de 12% com a alíquota interestadual e ficam com 10,3% de vantagem em relação a nós, cearenses. Como concorrer dessa maneira? Estamos em desvantagem”, destacou Paulo Gonçalves. O Ceará é líder nacional em exportações do crustáceo, mas tem sua posição ameaçada por esta situação.
FÁBRICA NO CEARÁ
De Bruxelas a comitiva cearense seguiu para Boiro, município da Espanha na província de Corunha, para visitar a sede do grupo Jealsa/Crusoe Foods. A empresa está montando, em parceria com a cearense RB Aquicultura, uma fábrica de pescados em conserva, no distrito de Siupé, em São Gonçalo do Amarante. A fábrica espanhola processa cerca de 100 milhões de latas por mês. A planta cearense tem investimento estimado em R$ 45 milhões, e início de produção em julho deste ano, com capacidade aproximada de 10 milhões de enlatados mensais.
Fonte: O Estado do Ceará
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