Contabilizando mais de quatro mil parques eólicos com projeto já concluído e esperando leilões para serem viabilizados, o Ceará ainda não tem todo o seu potencial explorado de acordo com o vice-presidente do Conselho Administrativo da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica), Lauro Fiúza. Para ele, o Estado perdeu espaço nos leilões nos últimos quatro anos e deixou de liderar os lotes por não possuir uma política de atração definida.
"Assim, outros (estados) que não tinham nada no setor de eólica despertaram e passaram a investir para o seus respectivos desenvolvimento econômico. O Rio Grande do Norte tomou a liderança nos leilões subsequentes; depois, despertou para a Bahia, que hoje é o grande estado ou talvez o que mais incentiva a indústria em termos de (energia) eólica; e, principalmente o Rio Grande do Sul, onde talvez nós temos a maior pressão política para criar ambiente favorável à eólica", analisou, em cerimônia de lançamento do selo comemorativo dos Correios "Energia Renovável-Eólica".
O evento aconteceu, aqui, na sede da Agência de Desenvolvimento do Ceará (Adece), e ainda foi lançado em Curitiba, Porto Alegre, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo.
No entanto, ele ponderou afirmando que a criação da câmara setorial de energia eólica e também a Agência de Desenvolvimento do Ceará (Adece) devem reverter o cenário ao atrair investidores e promover "um ambiente mais amigável" no Estado.
"Os outros estados estão fazendo isso, atrás dos investidores, das fábricas. Se o Ceará não fizer, ninguém vem aqui espontaneamente", ressaltou novamente Fiúza.
Potencial
Atualmente, segundo o presidente da câmara setorial deste tipo de energia, o também cearense Adão Linhares, informou que somam 518 o número dos parques eólicos em instalação no Ceará. Desse total, 17 já estão em plena geração de energia.
"E a energia eólica atrai um percentual enorme de produção local. Desde estradas até fábricas de postes, pás. Os equipamentos tem de ser próximos ao local que tem o vento", disse.
Ele ainda destacou a política atual de atração de empreendimentos e a de licenciamento ambiental, as quais trazem "certezas aos investidores".
Cenário mundial
Na disputa internacional, Lauro Fiúza contou da liderança da China, que possui hoje uma produção de aproximadamente 16 Giga Bytes por ano, enquanto o Brasil deve produzir em 2012 cerca de 3,5 Giga Bytes.
Destes, o vice-presidente do conselho administrativo da Abeéolica disse ter 500 Mega Bytes oriundos dos parques em funcionamento no Ceará.
Fonte: Diário do Nordeste
Comments