No ano passado, os Estados Unidos exportaram US$ 800 milhões em produtos agrícolas e alimentícios ao Brasil, tendo a quase totalidade deste volume, contudo, chegado ao País através do Sudeste. Portos nordestinos, como Mucuripe e Pecém, no Ceará, e Suape, em Pernambuco, já começam a receber, ainda que em menores quantidades, estas cargas, mas a embaixada americana no Brasil está disposta a incrementar este comércio. Para isso, está visitando os estados da região para conhecer melhor as oportunidades de negócio e apresentá-las a empresários norte-americanos.
Em Fortaleza, depois de passar por Salvador e Recife, o ministro conselheiro do Departamento de Agricultura da embaixada (USDA), Robert Hoff, encontrou-se com industriais e lideranças comerciais do Estado, e afirma que as oportunidades de negócios são grandes. "O Nordeste é a bola da vez dentro da bola da vez", declara.
"É um mercado de 53 milhões de pessoas, e temos visto muitas mudanças na região, e queremos conhecer melhor para divulgar nos Estados Unidos".
Hoff adiantou que irá solicitar, em Washington, a contratação de uma pessoa para instalar o Departamento de Agricultura no consulado de Recife, o único da região. "É importante ter uma pessoa aqui, para entender melhor essa dinâmica do Nordeste. Essa pessoa poderia nos fornecer informações mais detalhadas da região, da produção de soja do sul do Piauí e do Maranhão, do desenvolvimento das obras estruturantes, como a Transnordestina, entre outras".
Parcerias
Segundo o representante da embaixada, este momento é o início de uma etapa de parcerias entre Nordeste e os Estados Unidos. "Quando vemos o mapa do Brasil, em relação ao mundo, percebemos que Fortaleza fica em uma localização privilegiada. E é um mercado novo. Percebemos também que o consumidor de Fortaleza está cada vez mais sofisticado, com o consumo de vinhos e uísques de qualidade, por exemplo. Além disso, é uma cidade turística, então, tem muito turista estrangeiro consumindo aqui, que também formam consumidores importantes para cá", aponta.
Encontros de degustação
Por conta disso, ele adianta a proposta de realizar encontros de degustação de vinhos e uísques americanos na cidade, para inserir tais produtos nos pontos de venda da cidade. "Também vamos ver se levamos delegações daqui para participação de eventos na área de agricultura e alimentos nos Estados Unidos, para construir novas parcerias".
O diretor do Escritório de Promoção de Produtos Agroindustriais dos Estados Unidos (ATO - Agricultural Trade Office, em inglês) da embaixada em São Paulo, Fred Giles, afirmou que, dessas visitas serão elaborados relatórios a serem apresentados a empresários norte-americanos.
Desconhecimento
"Nós queremos vender para o Brasil, e há uma falta de conhecimento por parte dos americanos sobre esta parte do País. Estamos identificando os produtos que poderiam se adequar a estes mercados. Vimos, por exemplo, oportunidades para trazer para cá produtos como molhos, massas, diferentes tipos de nozes, entre tantos outros", cita. "Com mais conhecimento, com certeza, as empresas americanas vão se interessar por este mercado".
Fonte: Diário do Nordeste
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