Com a perspectiva de assumir a posição de quarta maior economia do mundo em 18 anos, o Brasil cada vez mais vem se consolidando como a “estrela” do setor de máquinas e equipamentos para a construção. A sentença é do consultor da Associação Brasileira de Tecnologia para Equipamentos e Manutenção (Sobratema), Brian Nicholson, líder de um estudo que demonstra que até 2016 R$ 1,3 trilhão será destinado a 9.514 obras de infraestrutura do País com início ou continuidade em 2012.
Iniciada em 2009, a pesquisa aponta que o Rio Grande do Sul, até 2016, vai concentrar 453 obras estruturais, principalmente no segmento de pavimentação, ao custo de R$ 5,4 bilhões. No total, o valor agregado dessas ações é próximo a R$ 30,3 bilhões, colocando o Estado na 10ª colocação entre as 27 unidades federativas. “A construção e a pavimentação de estradas devem ser responsáveis por boa parte desses projetos”, salienta Nicholson. O Rio Grande do Sul detém aproximadamente 3% da frota nacional de equipamentos de construção brasileira. Quando setorizado, o dado chega a 10% se levada em consideração a participação nas obras de pavimentação.
Em nível nacional, a maior parte dos investimentos será alocada na área de combustíveis, principalmente óleo e gás. Os 154 projetos em andamento do setor envolvem recursos totais na ordem de R$ 592 bilhões até 2016. “Esse é um movimento natural, puxado muito pelo pré-sal”, diz o consultor. “Este é um setor que depende menos do investimento público. A Petrobras, por exemplo, recebeu grande injeção de capital, que inclui o Bndes, mas também o capital privado”, acrescenta.
Fatores como as medidas de estímulo à economia interna e o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), ambos em esfera federal, estão impulsionando o volume de obras e a demanda por equipamentos em outros setores. Somente no ano passado, foram quase 30 mil máquinas da linha amarela (a exemplo de retroescavadeiras e tratores), um incremento de 9% frente a 2010.
Esse crescimento só não é maior em função dos entraves enfrentados para o desenvolvimento das obras de infraestrutura. Segundo Nicholson, a demora das licitações e no licenciamento ambiental, bem como a escassez de mão de obra, dificulta o avanço de obras e, consequentemente, a maior demanda por máquinas e equipamentos. Ele lembra que o Brasil não passa pela falta de financiamentos, fator positivo que se contrapõe ao cenário europeu, onde a carência de crédito têm minguado os negócios do setor.
A entrada de novos players e o crescimento econômico nacional devem ser responsáveis pelo incremento de 50% do setor até 2016. A escala tem como base a participação do Brasil no exterior, que cresceu de 1% em 2004 para 4% em 2011. A Sobratema vai detalhar a pesquisa aos empresários do ramo durante seminário que compõe a M&T Expo 2012, feira de negócios promovida pela entidade entre os dias 29 de maio e 2 de junho, em São Paulo.
Fonte: Jornal do Commercio
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