Em meio aos atrasos na movimentação de cargas no terminal portuário do Pecém, e com um fluxo médio de 40 navios por mês, a Cearáportos - empresa que administra o porto - e o governo do Estado correm agora contra o tempo, para que o problema não se estenda até o segundo semestre e venha a atrapalhar as exportações de frutas - uma das principais pautas da economia cearense. A partir de maio próximo, produtores e armadores já iniciam as negociações referentes ao preço e ao número de contêineres que serão necessários para o transporte de melões, melancias, mamões e bananas - uma carga perecível e que não aguenta espera.
Entre julho e agosto, começam a chegar ao Porto do Pecém, os navios com os contêineres frigoríficos, que, após passarem por testes de refrigeração, limpeza e higienização, seguem para as fazendas produtoras no interior do Estado e até do Rio Grande do Norte. Iniciada a safra, os contêineres são carregados e transportados de volta ao porto, de onde partem para vários destinos na Europa e Estados Unidos.
Refrigeração
O tempo de espera para o embarque a bordo dos contêineres de frutas deve ser o menor possível, em média de três dias, conforme explica o diretor de Infraestrutura e Desempenho Operacional da Cearáportos, Waldir Frota Sampaio. Para manter a integridade e a qualidade das frutas, para evitar que amadureçam antes do tempo ou que estraguem, os contêneires refrigerados são conectados à rede elétrica.
Desta forma, explica, o Porto do Pecém disponibiliza, atualmente, 1.008 tomadas energizadas, 24 horas por dia, para manter a carga perecível refrigerada. "Estamos trabalhando para que a situação (de atraso nas operações de carga, descarga e transbordo do porto) seja normalizada até a safra (de frutas) de 2014, entre agosto e setembro", sinaliza Sampaio, ao revelar a preocupação da Cearáportos.
Para minimizar o problema das filas de espera dos navios, que são obrigados a ficar fundeados na costa, em alto mar, aguardando por vários dias, e até meses, a liberação de um píer para atracar, - conforme noticiou ontem, com exclusividade, o Diário do Nordeste - o diretor de Implantação e Expansão da Cearáportos, Luiz Hernani Júnior, disse que as obras da segunda ampliação do Terminal de Multiplo Uso (Tmut) do porto "seguem aceleradas". O incremento no ritmo das obras é uma tentativa de minimizar os prejuízos com o atraso de dois anos nos trabalhos.
Berços 7 e 8
"A expansão do Tmut estava prevista para começar em janeiro de 2012, mas por conta do Ibama, foram iniciadas somente em dezembro de 2013", justificou Hernani Júnior. "Se não fosse esse atraso, esse problema de hoje não estaria acontecendo", alegou o diretor de Expansão.
Segundo ele, 84 das 104 estacas de concreto que irão dar sustentação ao berço sete do terminal portuário já estão fincadas, o que o leva a crer que este píer e parte do berço oito estarão concluídos até outubro próximo, no pico das exportações de frutas.
Cada berço, aponta, terá 300 metros de cumprimento e 115 metros de largura (retroárea), totalizando 35 mil metros quadrados. Nossa projeção é entregar em outubro, o berço sete e 50% do oito", sinaliza Luiz Hernani Júnior.
Ele lembra ainda, que a obra total contempla a engorda de mil metros do quebra-mar, na trama Norte-Sul, que irá permitir pavimentar a via para circulação de caminhões de até 60 toneladas de carga; e a construção de uma segunda ponte no terminal.
Um terceiro píer poderá ser feito, mas ainda dependerá de um aditivo ao valor total da obra, orçada em R$ 561 milhões. A perspectiva é que tudo seja concluído em 27 meses, ou seja, em março de 2016.
Fonte: O Diário do Nordeste
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